Pilares funcionais do mercado financeiro
Formação e alocação de capital
O mercado converte a poupança nacional em investimentos produtivos. Ele conecta pessoas e instituições com dinheiro excedente, como famílias, bancos ou fundos de previdência, àqueles que precisam de dinheiro, como empresas ou governos.
Como funciona: uma empresa emite ações ou títulos para arrecadar dinheiro para expandir. Os investidores compram esses ativos — eles providenciam capital em troca de propriedade ou juros recorrentes. Isso ajuda a financiar tudo: da abertura de uma fábrica à tecnologia e à infraestrutura.
Determinação do preço
O valor justo dos ativos financeiros (como ações, títulos ou moedas) pode ser determinado por meio da interação entre oferta e demanda. Hoje em dia, o mercado lida com mudanças na escala de microssegundos. A transmissão de cotações e relatórios de negociação extraem os preços reais dos dados discretos.
Como funciona: o preço sobe ou desce à medida que diversos investidores desejam comprar ou vender uma ação. Essas mudanças refletem o humor dos investidores, as taxas de juros e outras condições econômicas.
Transferência de risco e hedge
O mercado financeiro oferece recursos valiosos, com os quais as partes (pessoas, instituições e governos) conseguem administrar e transferir o risco. É uma das maneiras de estabilizar a renda e se proteger contra perdas inesperadas.
Como funciona: a diversificação e o uso de derivativos como futuros, opções ou swaps podem proteger contra mudanças repentinas no preço. As companhias aéreas compensam a exposição decorrente do combustível de aviação com a extração ULSD na Costa do Golfo; os fundos de previdência combinam os passivos contra riscos de swaps de taxas de juros; os gestores de ativos usam a modalidade das moedas a termo para minimizar a volatilidade cambial. Todas essas transações transformam riscos específicos em instrumentos negociáveis e asseguram a estabilidade dos fluxos de caixa.
Provisão de liquidez
A liquidez é essencial para todos os participantes do mercado. Ela diz respeito à facilidade e rapidez com que um ativo pode ser comprado ou vendido, sem impacto em seu preço. O mercado financeiro cria um espaço para garantir que esse processo corra tranquilamente. A cotação do spread demanda-oferta determina a rapidez com que as partes podem converter ativos em dinheiro.
Como funciona: existem mercados com mais e com menos liquidez. Por exemplo, como as principais bolsas de valores têm muita liquidez, as negociações podem acontecer instantaneamente. A liquidez alta chama mais participantes e, assim, a negociação e o investimento ficam menos arriscados.
Dados macroeconômicos e sinalização
É possível ter sinais em tempo real da saúde da economia, o humor dos investidores e as expectativas de inflação, juros e crescimento. A eficácia das decisões e da política depende dessas informações reunidas no mercado.
Como funciona: por exemplo, uma inversão da curva de juros pressupõe uma desaceleração no crescimento econômico; um aumento nos spreads dos swaps de crédito (CDS) sinaliza dúvida em relação à solvência; bancos centrais e formuladores da política monitoram o mercado para moldar a política monetária e fiscal.
Especialistas que tocam o mercado
Existem vários atores importantes que movimentam o mercado:
Investidores institucionais. Grandes organizações que investem dinheiro em nome de clientes ou integrantes: fundos de previdência, companhias de seguros, fundos mútuos, gestores patrimoniais e fundos de investimento público. Eles fazem a gestão das carteiras de ações, títulos, imóveis e outros ativos. Os investidores institucionais participam na escala mais ampla: ditam os termos das transações de longo prazo e determinam os preços, proporcionando liquidez e estabilidade ao mercado.
Como os bancos que atuam como dealers (como JPMorgan ou Goldman Sachs) e os formadores de mercado estão sempre dispostos a comprar ou vender e lucrar com o spread, eles também mantêm a liquidez. Eles estão no centro da dinâmica financeira, gerenciando os riscos intradiários e distribuindo os fluxos enquanto minimizam os vazamentos de informações. Seus processos operacionais continuamente otimizam o spread e reduzem os custos de transação para outros participantes.
Os fundos de hedge e as empresas de negociação privada são fundos de investimento de gestão privada que usam estratégias complexas a fim de gerar grandes retornos para investidores ou instituições com grande poder aquisitivo. Das agências de arbitragem estatística que usam erros de milissegundos de integração conjunta, aos macrofundos que usam opções com um grande número de saliências, esses participantes propiciam a liquidez resultante que equaliza as avaliações de valor em diferentes mercados.
E por último, mas não menos importante, existem os traders de varejo, que compram e vendem ações, ETFs, fundos de índice, criptomoedas e outros ativos, usando o próprio dinheiro, normalmente por meio de plataformas de corretagem online. Eles podem não ter uma movimentação enorme, mas criam profundidade, especialmente em opções de uma ação, nas quais os fluxos da negociação de varejo afetam a volatilidade intradiária. Atualmente, o uso de redes sociais e plataformas fáceis de usar fazem deles participantes importantes no mercado.
Impacto do mercado financeiro na economia real
O mercado financeiro influencia as decisões de investimento, o comportamento dos consumidores e a estabilidade econômica geral. Não é exagero dizer que ele molda a economia real e, portanto, a vida das pessoas e instituições. O que o mercado faz?
Ele facilita o fluxo de capital, impulsionando o crescimento econômico. A ascensão de qualquer negócio bem-sucedido é alimentada por investimentos substanciais vindos do mercado de capitais.
O desempenho do mercado pode influenciar o comportamento dos consumidores, especialmente por meio dos preços das ações e dos imóveis, que afetam o quanto as pessoas gastam.
Isso norteia as decisões de investimento e contratação das empresas, com base nas taxas de juros e condições de crédito.
A política monetária depende principalmente das expectativas do mercado em relação aos futuros dos títulos (como títulos do Fed) ou curvas de taxas de juros (como a EURIBOR).
A eficácia da política fiscal depende de quanto custa para um país pedir dinheiro emprestado no mercado de títulos.
Exemplo: o esfriamento repentino da negociação de câmbio em mercados emergentes pode levar a uma reação em cadeia. Isso causa o estreitamento dos spreads de alto rendimento nos Estados Unidos, pois a relação de risco diminui. Isso leva ao reequilíbrio das carteiras. O resultado é o estabelecimento de condições de financiamento nos mercados primários. Portanto, em escala global, tudo está conectado. O impacto do mercado financeiro na economia real é imediato.
Resumo
Todo investidor e trader precisa lidar com a microestrutura, as funções e a dinâmica de todo o mercado financeiro. Spreads de financiamento, custos de execução, cortes de garantias e riscos subjacentes têm a ver com a microestrutura do mercado e o comportamento de todos os que participam dele. Compreender as complexidades do mercado financeiro — esse sistema nervoso da economia — permite que os profissionais aloquem capital, façam proteção contra o risco e, enfim, criem fluxos de lucro consolidados com mais eficácia.