Panorama Fundamental
Sexta-feira, 24 de outubro, 9h30 (GMT-3). O dado volta ao centro do debate porque guia a leitura de desinflação “na margem” e, por consequência, as apostas para a trajetória dos juros americanos. Em um mercado já sensível à atividade e à confiança do consumidor, o IPC tende a calibrar dólar, rendimentos dos Treasuries, ouro e a rotação entre setores de bolsa.
Projeções e expectativas
O consenso trabalha com um arrefecimento gradual, mais perceptível no núcleo do índice, enquanto serviços ainda mostram resiliência e bens industriais preservam dinâmica de preços mais benigna. A atenção recai sobre moradia (aluguel equivalente), serviços “ex-moradia”, cuidados médicos e passagens aéreas, além de possíveis oscilações em energia. A fotografia de setembro será lida junto aos efeitos de base e à tendência dos componentes que movem a inflação “persistente”, não apenas a manchete.
Possíveis reflexos
Uma surpresa mais fraca no núcleo tende a aliviar a parte longa da curva, enfraquecendo o dólar e favorecendo ativos de risco (tech e consumo discricionário), com suporte adicional para ouro e prazos sensíveis da bolsa. Já uma leitura mais forte reaquece prêmios de inflação, sustenta os rendimentos dos Treasuries, fortalece o dólar e incentiva rotação defensiva (saúde, utilidades, consumo básico), enquanto pressiona ouro e segmentos mais dependentes de múltiplos elevados.
Pontos complementares
O mercado cruzará o IPC com as prévias dos índices de gerentes de compras do dia, que ajudam a aferir preços cobrados e demanda de curto prazo, e com a leitura final da confiança do consumidor, especialmente o bloco de expectativas de inflação. Revisões sazonais recentes, composição por grupos e a evolução do “serviços ex-moradia” ganham peso na interpretação porque dialogam diretamente com a parte mais “pegajosa” da inflação.
Estratégia e conclusão
O pacote recomenda disciplina operacional: para câmbio e ouro, a sensibilidade ao núcleo será determinante; para bolsas, o foco é a leitura relativa entre núcleo e atividade, pois ela dita a inclinação de curva e o apetite por risco. Em síntese, o IPC de setembro não encerra o debate, mas redefine o “piso” de expectativas para os próximos meses — e, hoje, ele é o dado com maior poder de mover o tabuleiro.
Panorama técnico de curto prazo XAUUSD
O ouro permanece pressionado por correção no gráfico de 4 horas, após falhar na retomada do topo e voltar à faixa de 4111–4155. O preço trabalha abaixo da média curta (20 períodos), que atua como resistência dinâmica e próximo da média intermediária (100 períodos), que atua como suporte dinâmico, enquanto a média longa (200 períodos) segue distante abaixo. O RSI(14) está abaixo de 50 (viés ainda neutro-baixista) e o MACD segue negativo, porém com histograma suavizando — sinal de perda de tração vendedora no curto prazo.
Cenário de Compra
Confirmação de reversão ocorre com fechamento H4 acima de 4155 seguido de reteste sustentado como suporte.
Alvos:
• 4200 (Ponto chave)
• 4301 (Alvo final projetado)
Cenário de Venda
Perda da região de suporte em 4111 com fechamento H4 e reteste falho abre espaço para continuidade da correção.
Alvos:
• 4052 (SMA 100 períodos)
• 3943 (Extensão em caso de aumento da força vendedora)
Observação técnica
A confluência entre a faixa 4111–4155 e as médias móveis explica a “zona de decisão” do dia. Evite entrar no meio do candle em horários de dado (IPC e PMIs); priorize fechamento + reteste.
Preço de abertura do dia: 4126
Máxima semanal: 4383
Mínima semanal: 4004
Viés: alta no curto prazo
Gráfico 4 horas

