Panorama Fundamental
O Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de julho será divulgado na terça-feira, 12 de agosto, e concentra as atenções globais. A leitura servirá como termômetro para o fôlego da inflação americana, em um momento marcado pela combinação de tarifas adicionais e pressões internas sobre preços. O resultado poderá redefinir a trajetória esperada para a política monetária do Federal Reserve, influenciando diretamente dólar, ouro e bolsas globais.
Projeções e expectativas
As estimativas apontam para avanço mensal de 0,3% tanto no índice cheio quanto no núcleo (excluindo alimentos e energia). O aumento em linha com as previsões sugeriria repasse moderado das tarifas ao consumidor. O mercado monitora ainda a influência de fatores sazonais e a possibilidade de variação mais acentuada no núcleo, que poderia sinalizar persistência inflacionária.
Possíveis reflexos
Uma leitura acima de 0,3% tende a fortalecer o dólar, pressionar os rendimentos dos Treasuries e reduzir a probabilidade de cortes de juros já em setembro.
Por outro lado, um dado mais fraco que o previsto aumentaria o apetite por risco, impulsionando o ouro, bolsas e moedas ligadas a commodities, além de reforçar as apostas em flexibilização monetária.
Cenário geopolítico e pressões inflacionárias elevam risco
A divulgação acontece em meio a um contexto geopolítico sensível, com o fim da pausa nas medidas tarifárias sobre a China coincidindo com o dia do dado. Além disso, as expectativas de inflação de longo prazo subiram para o maior nível desde março, aumentando a cautela do Fed. Esse pano de fundo amplia a relevância do resultado, pois poderá influenciar não apenas a decisão de setembro, mas todo o discurso da instituição nos próximos meses.
Estratégia
Operadores devem adotar postura prudente até a divulgação, buscando proteção contra movimentos abruptos no câmbio e no ouro. Após o resultado, a leitura combinada do IPC com os demais dados da semana — como IPP, Vendas no Varejo e Produção Industrial — ajudará a calibrar a direção predominante dos ativos.
Conclusão
O IPC de julho chega como divisor de águas para o curto prazo nos mercados financeiros. A reação dependerá do quanto a leitura se afasta ou se aproxima das projeções, mas o impacto poderá se estender por todo o mês, especialmente se alterar a percepção sobre o rumo da política monetária americana.
Panorama técnico de curto prazo EURUSD
EUR/USD permanece pressionado próximo à LTB no gráfico de 4 horas, com resistência imediata em 1,1668, alinhada à SMA de 200 períodos, e suporte em 1,1621-13. O ADR High está localizado em 1,1707 e o ADR Low em 1,1581. O par testa a linha de tendência de baixa traçada a partir dos topos de julho, com o RSI em 48,1 — neutro, mas levemente inclinado para baixo — e o MACD próximo da linha zero, sugerindo perda de momentum comprador.
Cenário de alta:
Confirmação altista ocorre com rompimento da LTB e fechamento sustentado acima de 1,1686.
Alvos:
• 1,1707 (ADR High)
• 1,1733
Cenário de baixa:
Perda da região de 1,1613 com quebra direta de 1,1600 reforça o viés baixista.
Alvos:
• 1,1581 (ADR Low)
• 1,1552
Preço de abertura do dia: 1.1646
Máxima semanal: 1.1675
Mínima semanal: 1.1614
Viés: leve alta no curto prazo
Gráfico 4 horas
