Mas a década de 1970 não se resume a isso. O Acordo de Bretton Woods atrelou o USD ao ouro e desempenhou um papel significativo na recuperação econômica após a Segunda Guerra Mundial. No entanto, o sistema começou a quebrar no final da década de 1960, devido ao aumento dos desequilíbrios econômicos globais e à incapacidade dos EUA de manter a taxa de câmbio fixa entre o dólar e o ouro. Em 1971, os EUA abandonaram o padrão-ouro e o sistema de Bretton Woods entrou em colapso. O fim do acordo fez com que os preços do petróleo disparassem, fazendo do “ouro negro” o melhor investimento da década.
Uma das maiores ideias de investimento do século passado foi o surgimento do setor de tecnologia. Muitas empresas de tecnologia, como Apple, Microsoft e Amazon, cresceram e entraram para o grupo das maiores e mais lucrativas empresas do mundo. O investimento nessas empresas desde o início, durante sua fase de crescimento, gerou rendimentos significativos para quem o fez.
Década de 80: ascensão e queda do Japão
O mercado de ações japonês experimentou aumento e queda significativos na década de 1980. Os episódios mais dramáticos dessa história vieram no final da década. No final dos anos 80, o mercado de ações japonês passou por uma rápida expansão, conhecida como “economia de bolha”, impulsionada pelo crescimento econômico e pela especulação. Durante esse período, os preços das ações subiram para níveis recordes, e o valor dos imóveis e outros ativos também subiu de forma impressionante.
No entanto, essa bolha acabou estourando e levando a uma queda acentuada nos preços das ações, além de uma recessão na economia japonesa. A quebra do mercado de ações no ano de 1990 fez com que bilhões de dólares evaporassem e levou muitas empresas à falência. Apesar dos esforços para estimular a economia, o mercado de ações não se recuperou. O índice Nikkei 225 (JP225) ainda está mais baixo do que na década de 1980.
Década de 90: antes da bolha da internet
Tendo surgido do nada, a internet criou empolgação e exaltação com as empresas desse setor, que na época eram conhecidas pelo público como “empresas ponto-com”. Os investidores começaram a superestimar qualquer empresa que trabalhasse com a internet, e o mundo começou a pensar que as empresas de internet continuariam a crescer a uma rapidez incrível, sem parar. Uma bolha se formou no final da década de 1990, impulsionada por vários outros fatores, como economia forte e juros baixos.
No entanto, essa bolha acabou estourando, levando a um declínio significativo nos preços das ações e a uma desaceleração da economia. Algumas empresas, como a AT&T, jamais se recuperaram totalmente. Outras, como a Amazon, precisaram de quase dez anos para retomar a máxima histórica registrada no período. Em média, o índice US100 (NASDAQ) perdeu 83% de seu valor de mercado. Isso contrasta com o avanço de quase 3.000% observado ao longo da década.
Mercados emergentes na década de 2000
Pode-se notar que a supervalorização é um problema comum que acompanha o mercado em quase todas as décadas, levando a altos riscos e enormes perdas. A história se repete. Nos anos 2000, assistimos a mais uma rodada de avaliações superestimadas. Desta vez, os mercados emergentes estavam no centro das atenções.
Enormes fluxos de investimentos estrangeiros foram para países emergentes, que apresentavam maiores riscos e rendimentos.